terça-feira, 2 de abril de 2013

Conheça as técnicas de um golpista para não ser vítima.

 

 

Técnicas e Fatores Psicológicos

1 - Reciprocidade. É a teoria que diz que se eu fizer algo para você, você irá se sentir obrigado a fazer algo para mim. O golpista se apresentará como muito prestativo e pronto a ajudar em tudo para que a vítima fique lhe "devendo uma" e assim tenha mais dificuldade em dizer um "não".


2 - Escassez. Sobretudo a falta de tempo para decidir (alegando que uma determinada oportunidade é por tempo muito limitado ou que tem algum prazo a ser respeitado) é um fator muito usado para pressionar vítimas. Mas também existem fraudes envolvendo "limites" de vagas, de montates disponíveis para financiamentos, de produtos em promoção...
 
3 - Autoridade. Muitas pessoas ficam cegas quando pensam estarem lidando com autoridades. Por isso os golpistas muitas vezes alegam serem ligados a órgãos ou entidades públicas que lhe confeririam poder, ou se apresentam com cargos altissonantes.


4 - Fixação em fantasias. Esta tática visa fazer com que a vítima fique tão fixada em um determinado fantástico "prêmio" ou benefício que acabe perdendo a capacidade de pensar objetivamente. Por isso o golpista insistirá em evidenciar e concentrar a atenção sobre os supostos grandes benefícios que esperam a vítima.

Muito interessante, neste sentido, o conceito de "miopia em face do desastre" que vi definido pelo economista Andrew G. Haldane, diretor do Banco da Inglaterra, num estudo sobre a crise internacional em 02/2009, e mencionado por Maílson da Nóbrega. Representa a propensão humana a subestimar a probabilidade de eventos adversos, especialmente do tipo ocorrido no passado ou em situações distantes.
5 - Prova social. Muitos golpistas alegam (sem porém fornecer provas convincentes) que o que eles estão propondo já foi feito por muitas pessoas ou empresas, criando assim a idéia implícita que a coisa deve ser boa se tantos assim a fizeram supostamente com sucesso.
6- Semelhança e simpatia. Alguns golpistas tentam saber mais sobre as próprias vítimas, antes do primeiro encontro, para ter uma chance de criar um sentimento ou clima de amizade e/ou semelhança. O objetivo é de transformar a relação de "formal" para "entre amigos" pois é mais dificil recusar a proposta de um amigo.
7 - Terceirização de credibilidade. Outra técnica muito utilizada consiste em convencer primeiro alguma pessoa com credibilidade (freqüentemente um profissional respeitado), eventualmente mentindo e sempre sem aplicar o golpe nele, mas tentando fazer com que ele acredite que se trate uma coisa boa. Aí este terceiro virará garoto propaganda dos golpistas e as vítimas acreditarão mais facilmente nas conversas destes por serem apresentados/referenciados por aquela pessoa "confiável".

8 - Autenticação por associação. Consiste em fazer algo parecer autêntico, mesmo não o sendo, através da associação ou apresentação conjunta com outros elementos confiáveis ou comprovadamente autênticos. Isso vale por exemplo para um documento falso que, quando apresentado em conjunto com outros documentos verdadeiros e confiáveis, pode acabar sendo aceito como também autêntico. Ou um testemunho ou uma informação falsa, que, quando misturada ou apresentada em associação a outras informações verdadeiras, confiáveis e confirmadas, pode vir a adquirir status de “verdadeira”. Os contra-espiões de todas as épocas sempre misturaram várias informações verdadeiras com algumas falsas, para que estas ultimas fossem aceitas e assim atingissem seus objetivos.
Uma outra estratégia psicológica recorrentemente desfrutada nas fraudes é o "Envolvimento da vítima por Etapas Sucessivas", cada uma comportando um modesto investimento (em tempo, ações, contatos, viagens, dinheiro, imagem, referências, comprometimentos etc...) por parte da vítima.

Isso porque quem já investiu alguma coisa sempre estará muito mais disposto a continuar no jogo para não perder o que já investiu, mesmo se e quando aparecerem, no caminho, situações duvidosas, maiores investimentos a fazer, nova exigências ou novos obstáculos a superar. Portanto os golpistas mais habilidosos nunca pedirão dinheiro no início ... eles apresentarão boas oportunidades e facilidades, vislubrarão grandes benefícios e farão com que você invista tempo e dinheiro no negócio, por exemplo pedindo que você os visite no exterior ou que você faça alguma coisa no seu país que comportará tempo e custos (mas que deixará você tranqüilo sobre as intenções deles por não serem custos destinados a eles).
Imaginem a situação: uma pessoa recebeu uma proposta, digamos de financiamento (caso clássico), viajou para os EUA (gastando o dinheiro da passagem) para discutir o assunto, recebeu um monte de papéis e requerimentos, foi atrás de tudo (gastando dias e dias de tempo) envolvendo o contador, o advogado, o cartório, os amigos, os bancos etc ... falou disso com várias pessoas e pediu a todos algum tipo de ajuda, depois foi atrás dos documentos "necessários" gastando mais dinheiro pelas certidões e mais tempo para consegui-las. Nesta altura ele estará pronto para receber a informação que a liberação do financiamento, "que já foi aprovado", depende agora do pagamento de alguma coisa (um seguro, uma taxa, um imposto, os custos do contrato ou do advogado ou sei lá o que mais) ... na cabeça dele, mesmo com alguns ou até muitos indícios que se trate de uma fraude, não terá alternativa se não se arriscar mais um pouco e pagar para receber o financiamento (afinal no caso contrario ele terá perdido todo o tempo e dinheiro gasto até aí, sem contar a péssima figura com todos os que envolveu etc.) ... e a fraude terá tido êxito !!



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