Fonte: Pitágoras
O diálogo entre pais e filhos é a peça fundamental para detectar
problemas e alcançar soluções.
Uma criança que tem medo de falar em público,
que teme argumentar com um colega de classe quando ele faz algo errado ou
sempre acaba apanhando em brigas, precisa de ajuda.
Com exemplos positivos, e
atitudes de carinho, a família é capaz de ensinar o pequeno a ter
autoconfiança.
Muitos pais se perguntam como identificar a fragilidade dos filhos
e como ajudá-los.
A psicóloga Vanuza Campos explica que o exemplo, o incentivo
e a ética são fundamentais para a formação das crianças.
“Pais mais seguros e
com atitudes positivas passam essa imagem para os filhos. As crianças tendem a
reproduzir o mesmo tipo de conduta. Se eles têm o hábito de conversar e gostam
e ouvir os filhos, as crianças serão mais seguras e terão mais facilidade para
se expressar”, afirma.
Por outro lado, quando o diálogo é reprimido, a censura é imposta
sempre e os pais se tratam com violência, a criança pode apresentar o mesmo
tipo de comportamento.
A criança pode achar que tudo se resolve com brigas,
tapas e discussões. E isso vai se refletir fora de casa: na escola, com os
amiguinhos do prédio, no clube, etc.
De acordo com a psicóloga, as crianças são moldadas com diálogo e
experimentos. Os pais precisam, antes de tudo, se interessar pela educação dos
filhos. “Não adianta querer saber o que está acontecendo somente quando a
criança chega machucada em
casa. Tem que haver um interesse geral, afinal, educar dá
trabalho”, ressalta a psicóloga.
Saber ouvir é o primeiro passo
"Muitas vezes, depois que a criança é vítima de alguma
humilhação ou apanha, ela não consegue falar a respeito. “Se os pais
desconfiarem, devem perguntar o que ouve, mas sem censura, deixando bem claro
que estão ali para ajudá-lo.
A criança deve perceber que pode confiar na
família para falar a respeito. Peça que a criança conte todo o episódio e,
posteriormente, peça a opinião dela. Procure saber por que ela não reage quando
uma situação dessas acontece ou o quê teme”, diz Vanuza."
Em uma briga, a criança não precisa bater, mas se souber se
defender, não vai deixar que batam nela. Dar conselhos como andar em grupo e
não ficar sozinho pode ajudar.
“A família precisa ter ética, porque ensiná-lo a
se defender não significa que irão fazer dele um brigão. Incentivar a violência
é um péssimo exemplo. E uma criança não vai se sentir mais segura porque bate
nas outras, ela também terá momentos de frustração. O melhor é ensiná-la a
respeitar e a ser respeitada”, explica a psicóloga.
Relação da família com a violência
O que também influencia os filhos é o péssimo exemplo de alguns
pais, que os incentivam a agir com malandragem.
“Um pai que ofende pessoas, faz
gestos obscenos e diz palavras chulas vai passar todo esse péssimo hábito para
as crianças. E em que tipo de adultos eles vão transformar? Muitas famílias não
pensam nisso, só querem criar valentões”, questiona Vanuza.
Quando falamos em violência não podemos nos restringir àquela
física com tapas e agressões.
A violência tem um sentido muito maior hoje,
abrangendo o medo que ronda as pessoas. É fato que existem assaltos, seqüestros
e tiroteios, e cada família se protege como pode.
A imagem de medo que a criança constrói também vem dos pais.
Famílias que vivem em cidades muito violentas tendem a proteger demais seus
filhos e, dependendo de como fazem isso, deixam as crianças extremamente
fragilizadas.
Elas temem ir à rua, brincar na calçada ou sair para ir ao
shopping. O cuidado é necessário, mas não pode ser exagerado. Ninguém vive em
uma bolha.
Dicas
- Incentive seu filho a se expressar. Escute suas angústias e
inseguranças para que seja possível desfazê-las.
- Exemplifique situações e treine com ele. Se seu filho se sente
inseguro para falar em sala de aula, ensine algumas frases que podem ajudar
quando ele quiser se referir à professora ou aos amigos. Pensar soluções com
ele faz com que se sinta mais seguro.
- Estar por perto para amparar e ouvir o que ele tem a dizer é
importantíssimo. Educar não é fácil e é tarefa dos pais. A escola complementa
essa educação com outros embasamentos.
- Tenha cuidado na hora de falar sobre violência. Se defender em
uma briga não quer dizer se tornar um espancador, mas evitar que se apanhe.
Explique que a melhor solução para resolver as divergências é na base da
conversa. Ninguém nunca vai agradar todo mundo, desde cedo as crianças precisam
aprender a conviver com as diferenças.
- Se o problema entre seu filho e algum colega continuar, procure
a direção pedagógica da escola, exponha a questão e peça ajuda. Se for um outro
fator, como timidez, por exemplo, um psicólogo pode ser a solução.
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